!DOCTYPE html PUBLIC "-//W3C//DTD XHTML 1.0 Strict//EN" "http://www.w3.org/TR/xhtml1/DTD/xhtml1-strict.dtd"> Panteras Rosa: maio 2009

sexta-feira, maio 29, 2009

APRESENTAÇÃO PÚBLICA DO MOVIMENTO PELA IGUALDADE NO ACESSO AO CASAMENTO CIVIL (MPI)

APRESENTAÇÃO PÚBLICA DO MOVIMENTO PELA IGUALDADE NO ACESSO AO CASAMENTO CIVIL (MPI) A apresentação pública do MPI - MOVIMENTO PELA IGUALDADE no acesso ao casamento civil, terá lugar no próximo domingo, dia 31 de Maio, pelas 16h00, no Cinema São Jorge, em Lisboa.

Nesta ocasião será apresentada a lista dos já mais de 700 subscritores iniciais do seu manifesto fundador - entre os quais Alexandra Lencastre, António Avelãs, António Costa, António Marinho Pinto, Boaventura de Sousa Santos, Bruno Nogueira, Carlos Fiolhais, Catarina Furtado, Diogo Infante, Fátima Lopes, Fernando Rosas, Herman José, José Saramago, Julião Sarmento, Miguel Sousa Tavares, Maria de Fátima Bonifácio, Maria Rueff, Maria Velho da Costa, Merche Romero, Odete Santos, Paulo Pires, Pedro Marques Lopes, Piet-Hein Bakker, Ricardo Araújo Pereira, Rui Rangel, Sérgio Godinho, Soraia Chaves, Teresa Beleza, Teresa Guilherme e Vasco Rato -, e terão lugar intervenções de personalidades como Daniel Sampaio, Ana Zanatti ou a jurista Isabel Moreira.

MANIFESTO:

"MOVIMENTO PELA IGUALDADE no acesso ao casamento civil

A igualdade no acesso ao casamento civil é uma questão de justiça que merece o apoio de todas as pessoas que se opõem à homofobia e à discriminação. Partindo da sociedade civil, a luta pelo acesso ao casamento para casais de pessoas do mesmo sexo em Portugal conta neste momento com um crescente apoio político e social. Nós, cidadãos e cidadãs que acreditamos na igualdade de direitos, de dignidade e reconhecimento para todas e todos nós, para as/os nossas/os familiares, amigas/os, e colegas, juntamos as nossas vozes para manifestarmos o nosso apoio à igualdade.

Exigimos esta mudança necessária, justa e urgente porque sabemos que a actual situação de desigualdade fractura a sociedade entre pessoas incluídas e pessoas excluídas, entre pessoas privilegiadas e pessoas marginalizadas; Porque sabemos que esta alteração legal é uma questão de direitos fundamentais e humanos, e de respeito pela dignidade de todas as pessoas; Porque sabemos que é no reconhecimento pleno da vida conjugal e familiar dos casais do mesmo sexo que se joga o respeito colectivo por todas as pessoas, independentemente da orientação sexual, e pelas famílias com mães e pais LGBT, que já são hoje parte da diversidade da nossa sociedade; Porque sabemos que a igualdade no acesso ao casamento civil por casais do mesmo sexo não afectará nem a liberdade religiosa nem o acesso ao casamento civil por parte de casais de sexo diferente; Porque sabemos que a igualdade nada retira a ninguém, mas antes alarga os mesmos direitos a mais pessoas, acrescentando dignidade, respeito, reconhecimento e liberdade.

Em 2009 celebra-se o 40º aniversário da revolta de Stonewall, data simbólica do início do movimento dos direitos de lésbicas, gays, bissexuais e transgéneros. O movimento LGBT trouxe para as democracias - e como antes o haviam feito os movimentos das mulheres e dos/as negros/as - o imperativo da luta contra a discriminação e, especificamente, do reconhecimento da orientação sexual e da identidade de género como categorias segundo as quais ninguém pode ser privilegiado ou discriminado. Hoje esta luta é de toda a cidadania, de todos e todas nós, homens e mulheres que recusamos o preconceito e que desejamos reparar séculos de repressão, violência, sofrimento e dor. O reconhecimento da plena igualdade foi já assegurado em várias democracias, como os Países Baixos, a Bélgica, o Canadá, a Espanha, a África do Sul, a Noruega, a Suécia e em vários estados dos EUA. Entre nós, temos agora uma oportunidade para pôr fim a uma das últimas discriminações injustificadas inscritas na nossa lei. Cabe-nos garantir que Portugal se coloque na linha da frente da luta pelos direitos fundamentais e pela igualdade.

O acesso ao casamento civil por parte de casais do mesmo sexo, em condições de plena igualdade com os casais de sexo diferente, não trará apenas justiça, igualdade e dignidade às vidas de mulheres e de homens LGBT. Dignificará também a nossa democracia e cada um e cada uma de nós enquanto cidadãos e cidadãs solidários/as – e será um passo fundamental na luta contra a discriminação e em direcção à igualdade."

O movimento considera ainda:

"1) O que queremos e a nossa democracia necessita é de igualdade plena no acesso ao casamento civil - para casais do mesmo sexo e para casais de sexo diferente. Soluções alternativas, como a união civil registada ou semelhantes (o casamento “mas com outro nome”), constituem formas de secundarização dos casais do mesmo sexo e de todos os gays e todas as lésbicas. A cidadania de segunda é inadmissível, como o são instituições específicas para gays e lésbicas. Não se trata só de garantir direitos específicos iguais, trata-se de obter o pleno reconhecimento. A igualdade plena, que é também simbólica, só se garante com a mesma figura e com o mesmo nome. 2) A adopção por parte de casais do mesmo sexo é apenas uma parte da questão mais vasta da parentalidade (que inclui o reconhecimento das famílias já existentes, a reprodução medicamente assistida, entre outras) e é, portanto, um assunto que vai mais além da questão específica da igualdade de acesso ao casamento civil. A concentração na questão da adopção visa minar demagogicamente o debate sobre a igualdade, usando de forma manipuladora as crianças como armas de arremesso neste debate. Casamento não implica parentalidade e parentalidade não implica casamento – quer para heterossexuais, quer para homossexuais. 3) Tratando-se de uma questão de direitos civis, ela deve ser decidida pelo Parlamento e nunca através de um referendo. Os direitos de uma minoria, para mais historicamente perseguida e ainda hoje vítima de homofobia, não podem estar sujeitos a uma “ditadura da maioria”".

quinta-feira, maio 28, 2009

Liberdade Imediata Para Laura Bugalho!

PRESS RELEASE 28 de Maio de 2009

Liberdade Imediata Para Laura Bugalho,
activista pelos direitos trans e dos imigrantes na Galiza!


Na passada terça-feira, foi detida em Santiago de Compostela Laura Bugalho, activista trans, sindicalista, fundadora e membro da associação Transgaliza, e desde longa data uma das nossas parceiras de activismo no país vizinho. Foram-lhe confiscados documentos e o seu computador, sob a acusação de falsificação de documentos dirigidos a imigrantes, uma alegação absurda para tod@s @s que conhecem o seu trabalho e as suas cautelas com o seu enquadramento dentro dos preceitos legais espanhóis.

Laura leva a cabo um importante e exemplar esforço de assessoria e apoio a imigrantes ilegais, especialmente com mulheres trans, muitas das quais trabalhadoras sexuais. A sua detenção e acusação é entendida pelo conjunto do movimento associativo galego - e não pode de facto ser entendida senão como uma detenção política- como um ataque às pessoas e colectivos defensores dos imigrantes em Espanha.

Desde Lisboa exigimos às autoridades espanholas a libertação imediatada de Laura Bugalho e o esclarecimento cabal dos factos que levaram à sua detenção. Solicitamos ao conjunto das redes associativas europeias que juntem a sua voz à dos activistas galegos na denúncia da detenção de Laura Bugalho e na exigência da sua libertação imediata.

movimento Panteras Rosa - Frente de Combate à LesBiGayTransFobia - Lisboa, Portugal

MOVIMENTO PELA IGUALDADE

Jornal Público
José Saramago, Lídia Jorge e Daniel Sampaio apoiam casamento entre homossexuais
São José Almeida

O psiquiatra Daniel Sampaio, a constitucionalista Isabel Mayer Moreira e a actriz e escritora Ana Zanatti são três das personalidades que, no domingo às 16h, subirão ao palco do cinema São Jorge, em Lisboa, para explicar publicamente as razões pelas quais integram o Movimento Pela Igualdade no acesso ao casamento civil (MPI) e subscrevem o seu manifesto. Imediatamente antes, o documento será lido pela actriz Fernanda Lapa.
Atingindo já mais de setecentas adesões, o MPI conta com o apoio dos escritores José Saramago, Ana Luísa Guimarães e Lídia Jorge, os artistas plásticos Graça Morais e Julião Sarmento, da jurista Teresa Beleza, do jornalista Miguel Sousa Tavares, do cientista Alexandre Quintanilha, dos humoristas Herman José e Ricardo Araújo Pereira, dos actores Alexandra Lencastre, Catarina Furtado, Soraia Chaves, Filipe Duarte, Nuno Lopes e Pepê Rapazote.
No final da apresentação pública do movimento, haverá uma reunião para decidir sobre actuação futura. O MPI está a ser constituído para se assumir como movimento de pressão da sociedade civil sobre o poder político com o objectivo de obter dos partidos, no ciclo eleitoral que agora se inicia e que inclui legislativas, o compromisso de que o próximo Parlamento altere o Código Civil para que este passe a permitir o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo.
"A igualdade no acesso ao casamento civil é uma questão de justiça que merece o apoio de todas as pessoas que se opõem à homofobia e à discriminação", diz o manifesto do MPI. "Exigimos esta mudança necessária, justa e urgente porque sabemos que a actual situação de desigualdade fractura a sociedade entre pessoas incluídas e pessoas excluídas, entre pessoas privilegiadas e pessoas marginalizadas", acrescentam.
Outro argumento é o de que "esta alteração legal é uma questão de direitos fundamentais e humanos, e de respeito pela dignidade de todas as pessoas". Os subscritores consideram que "é no reconhecimento pleno da vida conjugal e familiar dos casais do mesmo sexo que se joga o respeito colectivo por todas as pessoas, independentemente da orientação sexual, e pelas famílias com mães e pais LGBT, que já são hoje parte da diversidade da nossa sociedade".
O manifesto afirma ainda que o reconhecimento deste direito a homossexuais "não afectará nem a liberdade religiosa, nem o acesso ao casamento civil por parte de casais de sexo diferente", e que "a igualdade nada retira a ninguém, mas antes alarga os mesmos direitos a mais pessoas, acrescentando dignidade, respeito, reconhecimento e liberdade".
O MPI sublinha que "o reconhecimento da plena igualdade foi já assegurado em várias democracias, como os Países Baixos, a Bélgica, o Canadá, a Espanha, a África do Sul, a Noruega, a Suécia e em vários estados dos EUA". E apelam para que seja garantido que "Portugal se coloque na linha da frente da luta pelos direitos fundamentais e pela igualdade".

terça-feira, maio 26, 2009

Posição da Sociedade Portuguesa de Sexologia Clínica Sobre Terapias para Mudar a Orientação Sexual

Comunicado

Tomada de Posição da Direcção da Sociedade Portuguesa de Sexologia Clínica Sobre Terapias para Mudar a Orientação Sexual

A Direcção da Sociedade Portuguesa de Sexologia Clínica vem por este meio tomar uma posição pública face à recente discussão decorrente da reportagem publicada no Jornal Público de 2/5/2009 acerca da utilização de terapias de reorientação ou reconversão sexual. Os estudos realizados em diversos campos, nomeadamente nos da História, Antropologia, Sociologia, Psicologia e da própria Medicina revelam que qualquer associação da homossexualidade com patologia é desprovida de sentido e desde 1973 que a Associação Americana de Psiquiatria, reconhecendo esta evidência, a retirou da sua lista de doenças mentais e passou a condenar explicitamente qualquer tentativa daquilo a que alguns chamam reorientação ou reconversão . Duas décadas mais tarde, em 1992, a Organização Mundial de Saúde assumiu a mesma posição. Desta forma, a actual controvérsia parte de posições que contrariam claramente as directrizes da mesma Organização.

Assim:
A orientação sexual não heterossexual não é uma doença, perturbação ou síndroma clínico (APA, 1973). Não faz, portanto, sentido que técnicos de saúde mental usem para tratar a orientação sexual técnicas e procedimentos terapêuticos que visam melhorar a vida das pessoas e não servir convicções pessoais de cariz moral. Acresce que a utilização destes procedimentos indevidamente poderá agravar o sofrimento de quem procura ajuda por motivos associados à orientação sexual (Sandfort 2003).
É verdade que a orientação sexual não heterossexual está muitas vezes associada a sofrimento psicológico, exclusão social e familiar, bullying, efeitos da homofobia social, violência, discriminação profissional, heterossexismo e homofobia internalizada. De resto, os efeitos da homofobia fazem-se sentir em diferentes momentos do ciclo de vida e sobretudo nos períodos de transição psicológica e social, logo, de maior vulnerabilidade. Por isso mesmo, promover a adequação e diminuir o sofrimento pessoais, caso existam, de quem apresenta uma orientação homo ou bissexual, requer a mobilização de agentes educativos, cidadãos e técnicos para a luta por um sociedade mais justa, não discriminatória e não homofóbica.
Em termos especificamente profissionais, os técnicos de saúde mental, quando procurados, podem recorrer aos procedimento adequados para ajudar as pessoas não heterossexuais a aceitar de um modo pacífico a sua orientação sexual e/ou mesmo a assumi-la. Importante é salientar que caso um profissional de saúde mental não se sinta capacitado para intervir de acordo com as orientações clínicas e éticas internacionais, por dificuldades pessoais em face da situação ou falta de formação adequada, é seu dever encaminhar quem o procura para os serviços, técnicos ou associações que o podem fazer, sob pena de trair a confiança que em si foi depositada.

A Direcção da Sociedade Portuguesa de Sexologia Clínica,

Pedro Nobre
Júlio Machado Vaz
Ana Carvalheira Santos
Jorge Cardoso
Patrícia Pascoal
Sandra Vilarinho
Tiago Reis Marques

Maio de 2009

domingo, maio 24, 2009

IDAHO Musical

sábado, maio 23, 2009

Mais um senhor que acha que a orientação sexual é alterável pela acção psiquiátrica

Parecemos estar frente a uma verdadeira campanha, a confirmar o ano especial que temos entre mãos.
Destak 22 Maio

sexta-feira, maio 22, 2009

FESTAS DA MARCHA DE LISBOA

IF I CAN'T DANCE TO IT, IT'S NOT MY REVOLUTION
Numa óptima de divulgação e angariação de pessoas e fundos para a próxima Marcha do Orgulho LGBT de Lisboa, e numa prespectiva de festejo da 10ª Marcha de Lisboa e dos 40 anos dos motins de Stonewall o próximo fim de semana vai ser de festa.
As associações promotoras e organizadoras da 10ª Marcha do Orgulho LGBT (lésbica, gay, bissexual e transgénero) de Lisboa organizam e promovem as seguintes festas a decorrer no próximo fim de semana.
A marcar na agenda:

Festa de Sexta Feira | 22 de Maio:
Onde, Quando, Como?
  • discoteca Maria Lisboa (Alcântara - Rua das Fontainhas, 84-86)
  • música: Solange F.
  • entrada: 6 Marchas (direito a uma bebida)
  • hora: a partir das 00h.

Matinée de Domingo | 24 de Maio
Onde, Quando, Como?
  • Cooperativa Cultural Crew Hassan (Restauradores - Rua das Portas de Santo Antão, nº 159, 1ªandar)
  • música: Vitor Alves / Vitor Silveira / GRRRR
  • entrada: 2 Marchas
  • hora: a partir das 18h.
Associações e Colectivos promotores destes eventos
Associação Cultural Janela Indiscreta| Associação ILGA-Portual | Associação Médicos pela Escolha | Associação para o Planeamento da família | G.A.T. - Grupo português de Activistas sobre Tratamentos de VIH/Sida | Não te Prives - grupo de defesa dos direitos sexuais | Panteras Rosa - frente de combate à lesbigaytransfobia | Rede Portuguesa de Jovens para a Igualdade de Oportunidades entre Mulheres e Homens | Rumos Novos - grupo homossexual católico | S.O.S. Racismo | UMAR - União de Mulheres Alternativa e Resposta | Rede ex-aequo - associação de jovens gays, lésbicas, bissexuais, transgénero e simpatizantes.

Com o apoio de
* Discoteca Maria Lisboa
* Cooperativa Cultural Crew Hassan

MARCHA LGBT DO PORTO - Palestra 24 Maio

A psiquiatria continua doente, e a homobofia continua médica...

quarta-feira, maio 13, 2009

CONTRA AS VELHAS/NOVAS INQUISIÇÕES PELO DIREITO A UMA VIDA COM DIREITOS







CONTRA AS VELHAS/NOVAS INQUISIÇÕES

PELO DIREITO A UMA VIDA COM DIREITOS

AUTO DE FÉ

15 Maio | 19h | Largo S. Domingos

(junto ao Teatro Nacional D. Maria II)

Um conjunto de associações portuguesas, brasileiras e espanholas desenvolvem, no dia 15 de Maio, uma intervenção artística pelos direitos sexuais e reprodutivos.

Com o lema “Contras as Velhas/Novas Inquisições”, um grupo de actores e actrizes vão representar um auto de fé da inquisição, chamando a atenção para as semelhanças que as perseguições antigas têm com as condenações actuais.

Manifesto

Pois é! Umas vezes vêm de botas cardadas... outras com pezinhos de lã.

Batem com a mão no peito, fazem rezas, conferências, juntam assinaturas, lançam folhetos, dogmas, as suas certezas, as suas velhas teorias. Chegam a pôr bombas e a assassinar quem pratica o aborto de forma legal e segura.

Porque não toleram o direito à escolha, à liberdade e à auto-determinação, são contra o direito ao aborto;

Porque negam a pluralidade de modelos familiares e só querem uma família patriarcal;

Porque vivem mal com o(s) corpo(s), o(s) prazer(es), a(s) sexualidade(s).

Porque ainda recusam o direito à contracepção, ao preservativo, promovendo única e exclusivamente a abstinência.

Porque temem que os/as jovens usufruam do direito a uma Educação Sexual sem tabus; porque têm medo da liberdade e da vontade das pessoas sobre os seus corpos, movem campanhas contra o direito à informação sobre aspectos fundamentais da vida dos seres humanos.

O Mundo mudou... Portugal também.

...mas há quem queira olhar para a vida, para as mulheres e para a sociedade, como se estas tivessem parado no tempo. Velhos inquisidores ainda cá estão – hoje com vestes mais modernas, mas com pensamentos muito antigos. Os autos de fé que faziam, e onde expunham e castigavam as mulheres que não se comportavam segundo os cânones (mulher submissa, irmã obediente, filha virtuosa), são hoje poderosas campanhas em que se procura perseguir e culpabilizar a sociedade – apresentando bafientas teorias e dogmas como sendo os “valores” de que a sociedade carece.

As cidadãs e cidadãos, assim como colectivos e associações promotoras desta iniciativa, reafirmam que continuam e continuarão a lutar pelo aprofundamento e alargamento de direitos para todos e todas; reafirmam que continuam e continuarão a lutar pelo progresso das mulheres e dos homens que chegaram a este século assumindo o caminho feito como um dado adquirido de que não abrem mão. A vida é para ser vivida com felicidade, direitos, em plenitude e não como um calvário ou um sofrimento, regimentada por velhas regras que alguns grupos nos querem impor.

Porque não queremos mais homofobia nem transfobia neste país.

Porque recusamos qualquer forma de discriminação em função da orientação sexual e das identidades de género(s).

Porque não podemos aceitar que se estigmatizem as pessoas seropositivas.

Porque nos negamos a viver numa sociedade patriarcal em que as mulheres são menorizadas.

Lutaremos sempre por Direitos Civis e por Direitos Sexuais e Reprodutivos, para todos e todas, em plena igualdade. Exprimimos a nossa solidariedade com todas as pessoas que noutros países – e em particular o Estado Espanhol e Brasil - lutam pelo direito a interromper uma gravidez por decisão da mulher.

Os “novos” autos de fé e as perseguições são sempre momentos de retrocesso e de vergonha que deviam, há muito, fazer parte de um passado enterrado.

Associações Subscritoras

Associação Olho Vivo | Associação Positivo | Católicas pelo Direito de Decidir/Brasil | Clube Safo - Associação de Defesa dos Direitos das Lésbicas | Colectivo Feminista | Comuna – Teatro de Pesquisa | Karnart C.P.O.O.A. | GAT - Grupo Português de Activistas sobre Tratamentos de VIH/SIDA | Gatos que Ladram | Médicos Pela Escolha | Não Te Prives – Grupo de Defesa dos Direitos Sexuais | NOSOTRAS NO NOS RESIGNAMOS | Panteras Rosa – Frente de Combate à LésBiGayTransFobia | poly_portugal | Ponto Bi | Rede Portuguesa de Jovens para a Igualdade de Oportunidades entre Mulheres e Homens | SERES.VIH.SIDA | SOLIM – Associação para a defesa dos direitos imigrantes | SOS Racismo | UMAR – União de Mulheres Alternativa e Resposta


terça-feira, maio 12, 2009

Bastonário da Ordem dos Médicos desafiado a pronunciar-se sobre “reorientações de orientação sexual e identidade de género"

PRESS RELEASE 12 Maio 2009


Os colectivos e associações abaixo referidos vêm desta forma condenar publicamente as escandalosas declarações do psiquiatra Adriano Vaz Serra, presidente da Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e de Saúde Mental (SPPSM), e de João Marques Teixeira, presidente do Colégio da Especialidade de Psiquiatria da Ordem dos Médicos, em entrevista à jornalista Andreia Sanches, do Jornal Público do passado dia 2 de Maio.

Para estes dois médicos, não apenas é possível condicionar medicamente a orientação sexual e identidade de género dos/as indivíduos, como desejável, sendo a homossexualidade ou a identidade de género das pessoas transgénero, naturalmente, doenças mentais.

O que mais escandaliza em tais declarações não é apenas a sua carga de conservadorismo moral e falta de critério profissional – a homossexualidade deixou de ser considerada uma doença ao ser retirada da lista de perturbações psiquiátricas em 1973, pela Associação Americana de Psiquiatria -, mas que elas venham de pessoas com altas responsabilidades cívicas e públicas, dirigentes da SPPSM e da Ordem dos Médicos.

O mais inaceitável e imponderável é o impacto deste tipo de declarações de “peritos”, nas vidas e na auto-estima de tantas pessoas lésbicas, gays, bissexuais e transgénero (LGBT) que já enfrentam diariamente enormes dificuldades na sua auto-aceitação e visibilidade pública, como comprovam as taxas de suicídio entre jovens LGBT, claramente mais altas do que a média geral. Daí, a irresponsabilidade e ausência de ciência dos autores destas declarações retrógradas e incompatíveis com as linhas de orientação terapêuticas da APA.

É fácil imaginar, aliás, o que espera os/as “pacientes” que caiam nas mãos de médicos com as práticas correspondentes a estes discursos, desactualizados face ao conhecimento científico, e que estão a indignar boa parte dos seus colegas de profissão, como se vê pela denúncia de Daniel Sampaio na sua crónica deste domingo na revista Pública, onde caracteriza o sucedido como exemplificativo de um caso em que “desaparecem os valores e surgem as crenças”.

São particularmente graves as declarações do responsável da Ordem dos Médicos, em que este afirma que em alguns casos é possível “"re-enquadrar a identidade de género e as opções de relacionamento" de alguém que sente atracção por pessoas do mesmo sexo. A Ordem dos Médicos , representante de uma classe e forçosamente parte da promoção das boas práticas profissionais, revela-se afinal promotora do preconceito e de práticas atentatória dos direitos e da saúde de pacientes. Preocupante é que seja caso único na Europa ao deter um poder arbitrário de decisão final sobre os processos de mudança de sexo, e que detenha esse poder discricionário alguém que acha que é possível “reenquadrar” a identidade de género e a orientação sexual das pessoas – o que não seria mais do que um atentado contra os Direitos Humanos.

Os colectivos e associações abaixo referidos pensam ser da maior relevância que o bastonário da Ordem dos Médicos quebre um silêncio ensurdecedor e se pronuncie pública e urgentemente sobre esta questão e estas declarações. Com critério científico, e com o critério moral e social de não permitir que, a partir da Ordem, se emitam valores e crenças discriminatórios e atentatórios do dever da classe médica e da saúde dos/das utentes.

Subscrevem:
- APF - Associação Para o Planeamento da Família
- associação Positivo - Grupos de Apoio e Auto-Ajuda
- Clube Safo
- GAT - Grupo Português de Activistas sobre Tratamentos de VIH/SIDA
- MPE - Médicos Pela Escolha
- não te prives – Grupo de Defesa dos Direitos Sexuais
- Panteras Rosa – Frente de Combate à LesBiGayTransfobia
- Poly_portugal
- PortugalGay.pt
- UMAR – União de Mulheres Alternativa e Resposta
Novas subscrições:
- Ass. Cidadãos do Mundo
- Ass. dos Jovens Promotores Amadora Saudável (AJPAS)
- Ass. Meio Caminho
- Ass. Passo a Passo
- Ass. SERES
- Ass. SOL
- Fundação da Juventude
- Fundação Portuguesa A Comunidade Contra a SIDA
- Grupo de Apoio e Desafio à SIDA (GADS)
- Grupo Português de Activistas sobre Tratamentos de VIH/SIDA (GAT)
- associação ILGA Portugal
- Liga Portuguesa Contra a SIDA

domingo, maio 10, 2009

CRENÇAS E VALORES

Reproduzo a segunda parte da crónica de Daniel Sampaio na Pública de hoje:

"CRENÇAS E VALORES
(…)
Às vezes desaparecem os valores (como no exemplo anterior) e surgem as crenças. O Público de 2 de Maio continha um artigo intitulado “Tratamentos para alterar orientação sexual não são uma coisa do passado”. Tudo começou com a petição online de um homem de trinta anos que reclama “um comprimido, uma injecção”, para fazer face ao “enorme desgosto por sofrer de tendências homossexuais”. Na pesquisa do jornal, destacam-se pela negativa declarações de psiquiatras portugueses que surgem na tradição homofóbica de alguma psiquiatria, que felizmente o conhecimento científico há muito condenou. Dezenas de anos depois da homossexualidade ter deixado de ser considerada doença pela comunidade internacional, alguns dos nossos psiquiatras (com responsabilidades!) falam de “homossexualidade primária”, com “cunho biológico marcado” e de “homossexualidade secundária”, ou desenvolvem a possibilidade de “re-enquadrar a identidade de género e as opções de relacionamento sexualizado”.
O problema não é saber se os psiquiatras
podem tratar homossexuais, a questão é que não devem. É certo que muitos homossexuais revelam sintomas psicopatológicos, mas a análise cuidada dessas manifestações demonstra que elas são devidas à discriminação sofrida: quem não se sentirá mal se for alvo sistemático de troça ou de humilhação? O papel dos terapeutas, perante um eventual pedido, deverá ser o de capacitar para a luta contra a homofobia, ajudando a que sejam capazes de afirmar a sua orientação sexual primeiro junto de pessoas próximas, depois (se o desejarem) em contextos mais alargados.
Quando psiquiatras portugueses admitem “tratar” a homossexualidade (alinhando, portanto, na velha e ultrapassada ideia da “doença homossexual”), estão também a manifestar intolerância contra quem é diferente. As declarações são ainda mais graves quando já se iniciou entre nós a discussão sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo, porque não faltarão referências a estas posições como justificativas da não alteração da legislação sobre o casamento, embora elas não possuam qualquer justificação. O caso é ainda mais sério quando a posição ideológica provém de alguém com responsabilidade na Ordem dos Médicos, mas serve para todos: mais uma vez as vozes de alguma Psiquiatria portuguesa continuam ao lado da ideologia mais retrógrada, em vez de se colocarem no sentido do avanço da ciência."

sexta-feira, maio 08, 2009

CONCURSO CRIATIVO Marcha LGBT Porto 2009

Concurso criativo para eleição de cartaz promocional e de divulgação da 4ª
Marcha de Orgulho LGBT no Porto.


Vai realizar-se a 11 de Julho na cidade invicta a 4ª Marcha de Orgulho
LGBT no Porto, organizada por diferentes colectivos LGBT (lésbicas, gays,
bissexuais e transgéneros) e outros movimentos sociais. Este evento tem
como objectivo a sensibilização quer da classe politica, quer da sociedade
civil, para os problemas e dificuldades que a comunidade LGBT enfrenta,
visando despertar a participação cívica, fomentando uma cultura política e
social de igualdade, tanto a nível cívico como legal.

Assim o Colectivo da Organização da 4ª Marcha do Orgulho LGBT no Porto,
vem por este meio anunciar a abertura de um concurso a todos/as os/as
interessados/as (colectivos ou indivíduos); concurso este que visa a
eleição do cartaz mais original e criativo, para a promoção e divulgação
do evento em causa.

De destacar que o referido cartaz de promoção e divulgação deste evento
mediático será amplamente difundido a nível nacional e via internet a
nível internacional, estimando-se que seja visto por milhares de pessoas!

O regulamento do referido concurso encontra-se no site oficial -
www.orgulhoporto.org - e o prazo limite de entrega das propostas será a 1
de Junho do corrente ano. Os resultados do referido concurso serão
divulgados seis dias depois, no dia 7 de Junho, em local a anunciar
oportunamente.

Aguardamos a vossa participação e desejamos a todos boa sorte!

CO da 4ª Marcha do Orgulho LGBT no Porto

quinta-feira, maio 07, 2009

DESAFIO IDAHO

Faz o teu vídeo :)

sábado, maio 02, 2009

TRABALHO SEXUAL: O DEDO NA FERIDA NO 1º DE MAIO





Trabalhadoras do sexo auto-organizadas do Intendente, Panteras Rosa, Irmãs Oblatas e PROJECTO IR (CEM - Centro Em Movimento), ontem no desfile do MAYDAY, e no desfile da CGTP, 1º de MAIO de 2009.

MAIS EM:
http://5dias.net/2009/05/02/trabalho-sexual-nao-finja-que-nao-ve/